Para cada Palácio Real, uma história, uma cultura e uma família. Em Turim temos inúmeros deles, embora sejam todos da mesma família o conjunto arquitetônico real é um dos mais ricos de toda a Itália. Começamos pelo principal: Palácio Real de Turim, foi a mais importante residência da Família Saboia e considerada uma das mais ricas e belas de toda a Piemonte.
Olhando de frente o Palácio Real não me encantou muito. Pensei comigo: já visitei um palácio na minha vida (o de Madri) esse aqui não deve ser muito diferente. Mas, uma vez que eu estava com o Royal Card resolvi e entrar.

Antes de ser o Palácio Real, o local era o Palácio dos Bispos. Mas foram tantas as transformações para chegar no que se vê hoje, que não restou nada (ou quase nada) da época em que os bispos habitavam o local.
Chegamos na recepção e nada surpreendente, nem uma coluna, um vitral ou uma pintura… Passamos para a sala seguinte onde iriamos deixar as blusas e mochilas, sem muito expectativa seguimos as placas que indicava a entrada. Viramos a esquerda e fomos surpreendidos.
Aquele momento que você até assusta e dá um passo pra trás.

A escadaria que dá acesso ao primeiro andar do Palácio é algo deslumbrante. Estava em êxtase com aquele primeiro contato e me me senti flutuando conforme eu ia subindo a escadaria e fui inclinando o pescoço para captar todos os detalhes da parede de mármore branco. De ponta a ponta a parede estava carregada de pinturas, estátuas e minúcias que davam vida para uma “simples” parede, se é que isso é possível.
Quando tornei o meu olhar para o teto, a pintura em três dimensões conseguiu me passar sensação de que o céu estava se abrindo sob a minha cabeça. Um céu azul e brilhante pelos raios de sol e quem me recebia por lá eram os anjos e querubins. Agora sim a minha expectativa se encontrava lá nas alturas.

Subimos a escadaria até o final e na dúvida se estávamos no lugar correto abrirmos um singela portinha de madeira.
Diante de nós uma salão. Pé direito que pegava os dois andares do Palácio. O branco do escadaria dava espaço para o verde nos surpreender. Enquanto eu escutava o audioguia, imaginava quanto luxo havia em uma parede todinha revestida de mármore verde e para a minha surpresa, alguém soprou nos meus ouvidos que aquilo tudo era pintura.

Me desculpem, eu tive que colocar a mão! E a moça não havia mentido, aquele audioguia estava correto. Ela foi além, disse que na sala existem algumas peças que são feitas sim de mármore verde, tudo isso para confundir e trazer mais realidade para essa sala. Ao olhar para o segundo andar do Palácio avistamos inúmeras pinturas, que dão profundidade para o espaço e nos fazem acreditar que a sala é ainda maior.

A recomendação era para seguir o tapete vermelho, foi o que fizemos. Nessa longa caminhada atravessamos praticamente todo o primeiro andar do Palácio Real de Turim.
Sem muito turista, conseguimos curtir cada cômodo e nos atentar a cada pormenor. É muito interessante se atentar nas funcionalidades de cada uma das salas de um Palácio, porém muito mais legal que isso é realmente observar a riqueza de cada uma delas. Os lustres de cristais, as tapeçarias que revestem todo um cômodo, as talhas de madeiras que decoram todo um teto e como se ainda não estivesse decorado o suficiente móveis suntuosos são espalhados por todos os lados.
Com tanto luxo e grandiosidade, a sala do trono chamou atenção. A sala em sí não posso negar que era digna de um Palácio Real, mas o trono era bem modesto para um rei que gostava de ostentação.

Continuamos a caminhada, e eu sabia o que vinha pela frente: a Sala de Armeria. Local onde se encontra parte da coleção de armas e armaduras da Família Saboia. A maior sala do Palácio Real de Turim e eu diria que só essa sala já faz valer a pena o passeio.

São mais de 20 cavalos e cavaleiros devidamente uniformizados e prontos para uma guerra. Além da exuberância da sala, que mais uma vez se faz presente o mármore verde ( agora de verdade) a sala está toda adornada com talhas de madeira dourada. O contraste do verde e do dourado é um verdadeiro espetáculo para os nossos olhos, que ainda se perdem na inacreditável exposição de armaduras.
Na guerra, um cavalo e um cavaleiro fazem parte de um time, e lá estão eles, expostos de uma maneira adorável, um combinando com o outro. Eu dediquei tanto nessa sala, que o Chris teve que me resgatar e pedir para eu apertar o passo porque ainda tínhamos muito o que ver.
Mas não fui embora sem antes me perguntar: Como era possível lutar com tanto peso? Fui embora e não consegui chegar a uma conclusão.
Continuamos a andar sob o tapete vermelho, e a próxima sala não iria conseguir superar a anterior, mas ela iria surpreender também. Chegamos na Sala dos Espelhos, talvez já tenha ouvido falar da sala do mesmo nome no famoso Palácio de Versalhes? Trata-se de uma inspiração da mesma.

E se o dourado representa riqueza, essa sim era a sala mais rica do Palácio. Sem mármore verde ou branco a sala havia apenas talhas de madeira dourada emoldurando espelhos e obras de artes.

Quase chegando ao fim do passeio, passamos pela Sala de Jantar. São sempre as minhas salas preferidas. Acho que o fato de eu ter família grande, sempre me imagino lá com todo mundo curtindo um jantar de comemoração.
Mais uma vez lá estava o dourado. Dessa vez mais presente. Do começo ao fim, de um lado ao outro e bem ao centro uma mesa que comportava quase 20 pessoas.

Mais um pouco e chegamos ao fim, o salão do baile. Confesso que diante de tantos outros salões enormes, achei esse bem pequeno para as festas e eventos da família real. Mas com certeza o seu tamanho reduzido não afetou em nada na sua beleza. Muito pelo contrário, seus luxuosos lustres de cristais espalhados pelo salão e os detalhes que estavam presente em todos os cantos traziam um ar aconchegante para o ambiente e parecia o local ideal para receber os amigos. Todos vestidos naquele tradicional traje de gala.

Como você pode imaginar, nosso passeio levou cerca de duas horas. Mas o Palácio Real de Turim me surpreendeu. Ressaltando a frase que não devemos julgar pela aparência externa, não é mesmo?
O conjunto de Palácios Reais de Turim foram declarados como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

O Passaporte com Pimenta contou com o apoio do Turismo Torino com Royal Card Torino de cortesia, mas as opiniões expressas neste post são independentes.
O Royal Card Torino dá direito a 48 horas com acesso a todos os palácios da cidade e da região. Com acesso ao transporte público e inclusive transporte regional, para aqueles palácios que se encontram fora da cidade.
Maytê… estou boquiaberta com este Palácio!!! O que é isso, menina! Acho que nunca vi tanto luxo junto. E você tem razão: quem diria que aquela fachada (também me lembrou o Palácio de Madri) esconderia toda aquela exuberância. A cada ambiente eu ficava mais e mais maravilhada!!!!
Fico imaginando o que não deve ser este lugar ao vivo!!!!
Compartilho de sua dúvida: como os cavaleiros conseguiam lutar com todo aquele peso??!!!! rsrsrrsrs
beijinhos
Ana, realmente é incrível! E te digo mais, esse não é o mais bonito de Turim =D tem mais coisa boa vindo por aí!!!
Oi Mayte!
Como não se surpreender, né? A fachada é tão discreta, pra tanto luxo e opulência lá dentro. Fiquei me perguntando também como aqueles soldados lutavam com tanto peso! Mas ao mesmo tempo agradecida por isso, porque graças a esse esforço hoje temos riquezas como essa linda sala de armaria para admirar.
Mas honestamente, o que me ganhou mesmo foram os lustres. Queria um daquele na minha sala (e uma sala bem maior, pra poder caber! hehehe)
Beijos!
Também amo lustres e realmente esses aí estão de cair o queixo =D Mas a minha sala também não comporta um desse porte (ainda) hahaha =D
Por fora ele realmente nao parece pomposo, mas dificilmente um palazzo italiano iria ser simples por dentro! Essa “ilusao de òtica” é bem comum nos afrescos italianos. Em Genova é possìvel ver janelas incrìveis e ao chegarmos perto, são falsas (a pròpria janela ou apenas a moldura). Em Roma fizeram isso com uma cùpula
rsrsrsrs
Quanto à lutar com o peso das armaduras, bom, também nao chego a uma conclusao! Porém, fico cà imaginando: e se ele cair do cavalo? Dà para se levantar rapidinho?
hahahahaha
Ju, acho que é essa “ilusão de ótica” que deia os palácios ainda mais curiosos e interessantes! Adoro =D rsrs
Itália foi provavelmente um dos países que mais vezes visitei, Turim nunca ficou nos meus planos talvez por falta de informação. Agora vejo os vossos post sobre a cidade e estou sem palavras. Deslumbrante!!
Luis, eu conheço pouco da Itália e Turim também nunca esteve na minha wish list. Talvez por não esperar nada da cidade, que eu tenha me surpreendido tanto. =D Fui e recomendo muito, a cidade é incrível.